segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O corte

Um brinde. Um cálice.
Uma vida. A morte.
O sempre. O nunca mais.
A queda. O ápice.
A cura do corte.
O que você chama de paz.

Um cálice.
A morte.
O nunca mais.
O ápice.
A paz.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E às vezes, talvez nunca!

Às vezes só as palavras bastam...
E os gestos que deviam estar lá, não estão.
Às vezes só os gestos bastam...
E as palavras já não.

Às vezes um toque muda tudo.
E é o olhar que condena...
Às vezes é o medo - indesejado "escudo".
E a paixão que envenena.

Às vezes sempre.
Sempre às vezes.
Talvez nunca.
Nunca talvez.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Talvez

E pra quê falar?
Pra quê insistir em gastar saliva?
Você entenderia?
Não.
Nem eu entendo.
Nem sei mais o que lhe quero dizer.
Mas sei o que quero que você entenda.
E quero.
E lhe quererei.
Sempre.
Pra sempre.

Meu caro

Talvez seja só coisa da sua cabeça, meu caro!
De que adianta sofrer antes da hora?
Será que com tanto tempo nas costas ainda não aprendeste, amigo?
Pega teu chapéu, teu casaco. Saia. Tome um ar.
Pode estar frio lá fora, melhor prevenir...
E quando olhar pra cima verás, amigo, as nuvens negras que te abraçam forte...
Sem derramar uma gota d'água. Sem ameaçar um relâmpago.
Mas não te esqueças, amigo, ainda assim, o sol está lá.
Até mesmo pra ti que não te agradas.
Ele está lá, atrás das nuvens negras que continuam a te abraçar.
Um absurdo, meu caro.
Um absurdo.
Amigo.
O sol.
As nuvens.
O casaco e o chapéu.
O sofrer.

É só coisa da tua cabeça.
O caro.

Aos donos do saber

Apalusos aos que sabem
Cumprimentos aos que acham que sabem
Sabedoria aos que nada sabem.

É o que eu desejo.
Ou não.
Já não sei mais nada!

Àqueles...

E o medo que me toma
E a vergonha que me devora
E a tristeza que me afoga
E o desepero que me apavora

Aos grandes já vividos
Aos pequenos retorcidos
Aos carnavais que não viverei
E a todos que jamais amei

Minha honra, minha glória, minha sina.
Minha alma, minha áurea, minha vida.

Até o fim do mundo

Porque quanto mais eu peço força
Mais fraqueza eu consigo.
E quanto mais cedo eu quero morrer
Mais saúde eu tenho.
E eu reclamo.
E reclamo mesmo. Reclamo de tudo.
Daqui até o fim do mundo.
Daqui até o fim do mundo.
Até o fim do mundo.