quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
Da Messalina e de Sardanapalo?!

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro - 

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Augusto dos Anjos

Nenhum comentário:

Postar um comentário