sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Te olho nos olhos...

Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.

Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou
E você foi me tirando
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?

Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade
De eu me inventar de novo.

Desculpa se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais
Nos seus traços.

A ponto de ver a estrada
Muito antes dos seus passos.

Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!

Eu não vou renunciar a mim.

Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar vivo e permanecer
Te olhando profundamente.

Ana Carolina

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